Conto: Dois corpos que caem

Dois corpos que caem

João Silvério Trevisan nasceu em 23 de junho de 1944 na cidade de Ribeirão Bonito. Ele é um escritor, jornalista, tradutor, dramaturgo, cineasta e ativista do LGBT. Ex- seminarista assumiu sua homossexualidade na época do AI-5. Se mudou pra Califórnia. Voltando ao Brasil criou o grupo “ Somos a defesa dos direitos dos homossexuais. Atualmente é colunista na G Magazine.

O conto fala sobre duas pessoas chamadas João e Antonio, ambos se encontram no alto de um edifício, no centro de São Paulo, quando vão se matar, João iria suicidar- se por amor, enquanto Antonio gostaria de saber o que tinha após a morte. Eles começam a conversar sobre o motivo do suicídio, Antonio não concorda com o motivo de João querer se matar por amor, ele chega a conclusão de que João dá muita importância a isso. Então João explica que sua mulher o traiu, trocando-o por um homem de olhos azuis, enquanto ele teria apenas humildes olhos castanhos. Ele ainda fala que estava cansado de ver o amor sempre sendo destruído pela vida, e diz dessa vez ter apostado no amor. Neste momento Antonio começa a entendê-lo. No caso de Antonio, que já tentara se suicidar varias vezes, porem sempre há alguém para impedi-lo, ele admite que a vontade é de descobrir o mistério da vida, intrigado João pergunta “ Que mistério? “ Antonio simplesmente fala que não sabe por isso é um mistério. Ambos continuam conversando e então Antonio fala “O que acha dos meus olhos azuis?” depois desta frase a conversa se acabou, então ambos, tanto Antonio como João se esborracharam no chão de uma avenida.

Uma coisa bastante interessante é a desvalorização da vida, que se mostra bem clara no conto, João queria se matar por amor e Antonio, ele esta de boa com a vida, mas quer se matar, pois ele mesmo fala que quer se jogar neste mistério que é a vida. Eles escolheram morrer por motivos muito bestas, até porquê uma vida não se joga fora nem por amor, muito menos por uma coisa cujo é um mistério e ninguém sabe o que acontece