Conto: Negrinha
- Arthur Miguel
- 10 de nov. de 2015
- 2 min de leitura
Negrinha
Monterio Lobato nasceu em 18 de abril de 1882, na cidade de Taubaté, em São Paulo. Quando vivo, foi um dos mais influentes escritores brasileiros de todos os tempos. Foi um importante editor de livros inéditos e autor de importantes traduções. O conto, Negrinha, foi publicado em 1923, sendo considerado um dos contos mais impregnados de uma carga emocional muito forte.
O conto se passa no Brasil Colonial, e retrata a história de uma menina que perde sua mãe logo no início de sua vida, aos quatro anos, logo se tornando órfã. Vivia na casa de dona Inacia, a antiga patroa de sua falecida mãe. A pobre da garota passou por muitas coisas durante sua estadia naquela casa, inúmeros apelidos, seu corpo havia cicatrizes, vergões. Mesmo após abolição ter sido declarada, Negrinha era conservada pela casa. Um dia as sobrinhas de Dona Inacia foram visitar sua tia, passar férias em sua fazenda. As meninas conheceram ao conheceram, e lhe emprestaram uma boneca, encantando a pobre menina. A menina ficou extremamente encantada com aquela boneca. O fim das férias chegou, e as pequenas garotas foram embora, levando a boneca junto, deixando a pequena Negrinha extremamente triste.
A obra consegue retratar de forma muito ampla, o que os filhos de escravos enfrentaram no passado, nas casas de senhores de engenho. Monteiro Lobato conseguiu retratar muito bem o que a garota sofreu por ter perdido a boneca, que era algo extremamente importante para a menina, e ainda de ter perdido a sua mãe no início de sua vida. O conto é excelente, a exposição do tema ocorre de forma clara, o preconceito com os escravos e seus filhos foi algo totalmente abordado, a exclusão sofrida por eles, a desvalorização do negro naquela época. Mesmo a pobre garota ter sofrido humilhações constantes, aquele episódio de ter recebido a boneca se passou como muito na vida da garota. A despedida de negrinha com a boneca leva uma carga emocional extremamente grande, ninguém conseguindo explicar. Recomendo ao público adolescente e adultos, em decorrência ao poder do emocional abordado pela obra.
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