Conto: O Guardador
- Nicole Valor
- 9 de nov. de 2015
- 2 min de leitura
O Guardador
João Antônio Ferreira Filho (1937-1996), foi um jornalista e escritor brasileiro. Se tornou conhecido por retratar os proletários e marginais que habitam as periferias das grandes cidades. Nascido em uma família de pequenos comerciantes do subúrbio de São Paulo. João Antônio trabalhou em empregos mal remunerados antes de lançar seu primeiro livro de contos,Malagueta, Perus e Bacanaço, em 1963, sucesso imediato de público e crítica. Já na sua primeira obra, João Antônio ganhou vários prêmios. Sua linguagem rápida, suas frases curtas lhe deram o título de conto de reportagem. Suas obras retratam pessoas marginalizadas, o proletariado, prostitutas e as figuras de periferia das grandes metrópoles.
Jacarandá é um guardador de carros, que vive trabalhando nas ruas da cidade do Rio de Janeiro. Mora em um oco de uma figueira. O Guardador em sua labuta diárias, faz amplas reflexões sobre os seres humanos. No conto é possível detectar um olhar filosófico sobre os diferentes tipos humanos, constatado na atuação dos atores reais, em suas aparências cotidianas de vida; de como o ser se habitua a viver em meio a toda a desigualdade, e isso se parece com algo normal, corriqueiro, existente, até banal, visto que os anos vão se passando e a vida continua sem grandes alterações. A narrativa caminha dispersando gotas de riso, talvez um riso amargo, cruel, mas verdadeiro. Afinal, o personagem é um miserável exposto às mazelas da vida. O guardador, afoga suas mágoas no álcool, enquanto vagueia o olhar sobre sua situação humana, principalmente quando não consegue bom êxito em suas investidas nas ruas. O autor humaniza o personagem, quando o miserável guardador tenta justificar o motivo pelos quais alguns motoristas não lhe pagam por ter vigiado seus carros. O personagem, quando o miserável guardador tenta justificar o motivo pelos quais alguns motoristas não lhe pagam por ter vigiado seus carros.
Esse é um livro que de forma geral é bom. O conto mostra o personagem olhando as coisas de outras formas, ele enxerga com um certo olhar filosófico os diferentes tipos humanos. Fala de como se habituar a viver em meia desigualdade, e a vida continua. Aborda também a forma que o governo faz para que os turistas enxerguem uma coisa e os moradores outra. Esse é um conto bem realista, em partes, que conta várias coisas que ocorreram e ocorrem no mundo. O modo do autor escrever é diferente e cativante. Uma forma bonita, que faz os leitores terem mais vontade para ler entender. É um conto engraçado, pouco dramático. Mostra a miséria abaixo do modo de vida de um burguês, deixando à mostra as diferentes maneiras da existência humana em seus tantos e gritantes constantes sociais.
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