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Conto: Pinõn Nélida

  • Isabela Gonzalez
  • 8 de nov. de 2015
  • 2 min de leitura

Pinõn Nélida

Pinõn Nélida, nascida em três de maio de mil novecentos e trinta e sete. Romancista, professora, jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, onde nasceu. Além de contista, Nélida estreou na literatura com o romance “Guia-mapa de Gabriel Arcanjo”, que tem como temas o perdão, o pecado e a relação dos mortais com Deus. Nélida com suas obras memoráveis já presidiu na Academia Brasileira de Letras; e uma de suas mais conhecidas obras é o conto “I love my husband, publicado no ano de dois mil no livro “Cem contos Brasileiros do século” e muito reconhecido até hoje.

Em uma sociedade que é predominantemente machista por conta de uma questão cultural e histórica, que remonta a séculos anteriores, no conto “I love my husband, Nélida retrata uma visão realista e extremamente machista da vida de um casal, cujo marido não respeita o espaço de sua esposa, que é muito submissa a figura masculina. O marido mostra uma identidade dominadora, que trata a mulher como não muito mais que um objeto e dispensa qualquer cuidado e fetiche feminino. Ele almeja muitos bens materiais, desde o ínicio do conto, enquanto ela almeja servir, agradar e satisfazer as vontades e as “não vontades”de seu marido. Discorrendo sempre com ironia a sua condição de esposa e de mulher, é nítido o descanto que ela observa sua posição passiva dentro da sociedade.

A vida da senhora é limitada a ser sombra de seu marido e viver dentro de uma bolha em função dele e de sua felicidade, muitas vezes esquecendo de si como mulher. Em uma tentativa de sempre estar se empenhando para agradá-lo, Nélida aborda uma mulher que é grata pelo marido amar-lhe. Ainda no título do conto, percebe-se que se trata de uma mulher criada e educada dentro dos padrões rígidos e inflexíveis da sociedade patriarcal brasileira.

Ao mesmo tempo que é submissa, a esposa é insatisfeita. Ela não tem voz e nem a percepção exata sobre si mesma. Outro aspecto que chama atenção é a desnominação dessa mulher; ela é anônima, sendo apenas identificada pelo parâmetro de gênero e classe. O conto engloba a ideia da mulher de classe media, que assim como outras, representa um ser sem voz, sem corpo e sem identidade. A esposa incorpora a mulher que não trabalha fora, é dona de casa não por escolha dela, mas pela imposição do poder matriarcal.

O conto trabalha um ponto muito crítico que perdura até os dias atuais, o machismo e a necessidade de se construir uma sociedade onde as mulheres estejam cientes de seus direitos e de que seu papel como humana, cidadã e como qualquer outro papel só depende exclusivamente dela e que não é necessário viver á sombra de um homem para ser alguém. Mulheres são iguais aos homens, e tem o mesmo direito de liberdade, de expressão e serem quem elas quiserem ser, onde quiserem e como quiserem.


 
 
 

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