Conto: O pirotécnico Zacarias

O pirotécnico Zacarias

Murilo Eugênio Rubião foi um jornalista e escritor brasileiro (1916-1991). Nasceu em Carmo de Minas, MG. Formado na Faculdade de Direito em 1942, lançou seu primeiro livro de contos, ”O ex-mágico”, em 1947, mas não teve muito sucesso. Foi a publicação de “O pirotécnico Zacarias” que deu-lhe súbita fama em 1974. O conto é narrado e gira em torno do próprio Zacarias, o personagem principal. Ele inicia a história falando como as pessoas discutem sobre seu atual estado. “Teria morrido o pirotécnico Zacarias?” ; alguns acham que ele está vivo, outros que o verdadeiro Zacarias morreu e há até os que crêem que o pirotécnico que anda por aí não passa de uam alma penada, confinada a um corpo morto.

A verdade é que ele realmente morreu, mas, pelo poder de alguma força imcompreensível, ele volta à vida e, segundo o próprio, agora está mais vivo do que antes. A causa dessas discussões está no acidente sofrido por Zacarias provavelmente enquanto brincava com fogos coloridos. O carro que o atropela é dirigido por três moças que logo desmaiam com susto. Também há três rapazes que estavam bebendo à beira da estrada e presenciam o acidente. O grupo, já recuperado depois do acidente, passou a discutir o que fazer com o cadáver. Após uma longa conversa, foi decidido que jogariam o corpo no fundo de um precipício e limpariam o chão sujo de sangue, mas, Zacarias ( que embora morto havia escutado toda a conversa ) interrompe a discussão. Jorginho, um dos rapazes que o estavam carregando, fica estarrecido com o fato de um cadáver estar falando e cai desmaiado. Com o Zacarias vivo agora havia um impasse no que fzer, até que um dos garotos propõe incluír-lo no grupo, abandonar Jorginho e continuar a farra com as garotas, que é o que eles fazem até o sol nascer. A principal crítica deste conto está no final quando Zacarias percebe que, depois de morto, está, na verdade, mais “vivo” do que os próprios vivos. Significa que ele pode amar e entender as coisas melhor do que nós, que vivemos uma “vida agonizante”, algo sem sentido.